quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

O EXORCISMO NO CRBE.


O EXORCISMO NO CRBE.
(Na ocasião em que a revista Epoca publicou sobre o crbe, eu preparei este ensaio e só agora estou publicando no Debate News.)
Apos as criticas da revista Epoca ao Conselho de Representantes de Brasileiros no Exterior (CRBE), muitos brasileiros que vivem no exterior se posicionaram contrario ao mesmo, porem o que podemos perceber e que muitos que estão se opondo são os mesmos bajuladores do passado, e não podemos esquecer ou desprezar os que com sinceridade e sem recursos financeiros tenta inutilmente alertar sobre as inumeras falhas conceitual do CRBE.
Uma de minhas reivindicacões como o candidato que fiquei conhecido como Obama do Brasil, era que o conselheiro recebece salario, e essa opção de não remuneração foi ideia dos proprios candidatos, talvez com o intuito de eliminar os que tem trabalho regular.
Eu tambem critiquei o voto de cabresto, os currais eleitorais, tambem fiz um pedido de ipugnação  na candidatura de um que violou abertamente as regras da eleição, ate meus amigos tiveram seus CPFs usados para eleger meus opositores.
Apesar da boa intenção de nosso governo que ficou evidente com a presença do então presidente Lula, este conselho inadvertidamente e devido ter sido encabeçado por membros do Itamaraty que não são senciveis aos problemas dos menos favorecidos, aqueles que por razões obvias não são convidados nos sofisticados Coquetéis em miami, ou ate mesmo porque esses oficiais  do Itamaraty são filhotes de familias desproporcionalmente abastadas e donas do poder na ditadura militar.
O que aconteceu e que este conselho tomou um caminho alheio ao verdadeiro brasileiro Imigrante e se direcionou mais aos caprichos da elite, dos turistas, muambeiros, e tambem aqueles que tem influencia e amizade com o pessoal dos consulados , dos que tem suas ONGs no mesmo predio do Consulado e que pode fazer suas campanhas na Globo Internacional, emisora que nos temos que pagar $20 dolares para assistir programas antigos e comentaristas sem compromisso com a verdade.
Fui candidato deixei  claro que o conselho seria "capenga"porem esta palavra foi editada que tornou ainda mais incompreencivel.
Não acredito em milagres por isso sabia  que não seria bem votado pois tive 2 semanas para fazer campanha, para imprimir os santinhos me tomou uma semana, isso sem contar que a eleição se transformou um joguinho de cartas marcadas, ja que o vencedor tem que ser  rico , para bancar, controlar os Brasileiros caladinhos e sem direitos, como se tivessem um acordo com a CIA.
Quanto ao exorcismo praticado contra o Rui Martins e que foi mais uma vez esfregado na Revista Imigrante, eu acho cruel e anti-democratica, pois o Rui e merecedor ate de medalha pela defesa dos Brasileirinhos Apatridas, e por denunciar as falhas e maracutaias do CRBE.
Não vejo assim uma maneira de corrigir os erros do conselho, pois os que se posicionaram, no poder vão a todo custo se perpetuar, e condenar a qualquer um que não favoreça as elites.
Milton Cardoso

domingo, 23 de dezembro de 2012

CRISTÃOS NOVOS


Cristão-novo ou converso era a designação dada em PortugalEspanha e Brasil aos judeus e muçulmanos convertidos ao cristianismo, em contraposição aos cristãos-velhos.

Índice

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[editar]Antecedentes

Sempre existiram minorias étnicas e religiosas em PortugalJudeusmouros e, mais tarde, ciganos, constituem os contingentes mais expressivos. Os primeiros antecedem provavelmente as invasões dos segundos, tendo gozado muitas vezes de proteção e favorecimento régios, mercê das suas fortunas e atividades mercantis, e até da sua preponderância cultural. Inseridos num Portugal agro-pecuário e piscatório, dedicar-se-ão aos ofícios ou a atividades liberais (comércio de capitais, ciência, medicina, farmácia, artesanato, ourivesaria, sapataria, alfaiataria e tecelagem) e gradualmente ao comércio e à finança, onde não conheciam grande concorrência.
Ao longo da Idade Média, habitaram preferencialmente - de acordo com as suas ocupações profissionais - nas maiores aglomerações urbanas do Reino, em bairros próprios (judiariasmourariasno caso dos árabes ou mouros, menos numerosos), praticando o seu culto, falando o seu idioma e mantendo as suas tradições ancestrais. Diplomaticamente, mantinham fidelidade à Coroa, a ela se subordinando. À parte alguns incidentes, principalmente motivados por questões religiosas, a sua vida no Reino não correu nunca grandes riscos de ser posta em causa.

[editar]Expulsão da comunidade judaica de Portugal

Após a expulsão dos judeus de Espanha por Isabel I de Castela e Fernando II de Aragão em 1492, cerca de 60.000 judeus que se recusaram converter-se ao religião cristã emigraram paraPortugalD. João II, influenciado por judeus importantes na Corte, acolhe-os, mas impõe-lhes o pagamento de oito ducados de ouro[1], quantia deveras elevada para a época, para permanecerem em terras lusitanas (os que não podiam pagar este valor viam metade dos seus bens confiscados para a Coroa). Pretendia-se a fixação de operários especializados, que faltavam em Portugal. Falecido D. João II, sucede-lhe D. Manuel, monarca que se revelou tolerante para com os judeus que não podiam pagar. No entanto, em Março de 1497, é imposta a expulsão da comunidade judaica de Portugal por meio de uma lei que entrou em vigor naquele mesmo ano. Para impedir a saída de tanta gente (e, consequentemente, de capital) do Reino, D. Manuel decreta a conversão forçada de muçulmanos e judeus ao Cristianismo no prazo de dez meses, criando assim o conceito de cristão-novo. Caso não o aceitassem, teriam que abandonar Portugal e as suas colónias ultramarinas. A medida foi uma tentativa de homogeneizar a religião na península Ibérica e consta do acordo de casamento entre D. Manuel e a Infanta Isabel de Aragão, à data herdeira dos Reis Católicos.
Em Abril de 1499, um alvará proíbe a saída do Reino aos cristãos-novos. Todavia, não lhes era limitada a ascensão a cargos políticos ou administrativos e podiam casar-se com cristãos-velhos. No tempo de D. Manuel, o título de cristão-novo não era impedimento à admissão aos cargos eclesiásticos ou do Estado. Apesar de uma certa liberdade de consciência e de alguma protecção régia, a situação assumiu contornos dramáticos na Páscoa de 1506. Em 19 de Abril, iniciou-se uma revolta popular impulsionada por frades dominicanos contra os cristãos-novos, que se prolongou por três dias. A multidão movida pelo fanatismo religioso perseguiu, violou, torturou e matou centenas de pessoas acusadas de serem judias. Este episódio, conhecido como oMassacre de Lisboa, acentuou o clima de crescente anti-semitismo em Portugal e levou muitas famílias a abandonar o Reino.

[editar]Perseguição da Inquisição

Alguns cristãos-novos, porém, permaneceram fieis à sua religião original (sendo assim denominados de marranos ou criptojudeus) e inventaram formas de esconder a sua convicção religiosa. Asalheiras, um tipo de enchido de carne de galinha e outras aves, foram por exemplo criadas para imitar os tradicionais chouriços de carne de porco, proibida aos judeus. O falhanço da seriedade de muitas conversões levou a que D. João III mandasse instalar a Inquisição em Portugal em 1536, e ao estabelecimento de uma política de distinção em relação aos cristãos-novos.
Sob o espectro da Inquisição, nunca mais os cristãos-novos, maioritariamente judeus, tiveram tranquilidade em Portugal. Continuaram, clandestinamente, a fugir para os Países Baixos,ConstantinoplaNorte de ÁfricaSalónicaItália e Brasil, mantendo laços secretos e apoiando os cristãos-novos portugueses. Muitas das cerca de 1.500 vítimas mortais da Inquisição portuguesaeram cristãos-novos, assim como boa parte dos seus 25.000 processos. O Santo Ofício influiria no desaparecimento dos ofícios nas regiões de Trás-os-Montes e Beiras, onde os judeus eram os dinamizadores da produção de têxteis, sedas e lanifícios. Para além do confisco de bens, os cristãos-novos foram também vítimas dos atestados de limpeza de sangue nas candidaturas a cargos públicos, militares ou da Igreja, o que os afastava por possuírem confirmação inquisitorial.

[editar]Fim da perseguição

No século XVII, o apoio financeiro e político dos cristãos-novos à Restauração – através das conexões judaicas de origem portuguesa na Europa – ter-lhes-á permitido uma certa ascensão social e algumas liberdades e garantias, iniciando-se o reaparecimento dos grupos mercantis. Com a morte de D. João IV, porém, recomeça a perseguição aos cristãos-novos. Apenas a 25 de Maio de1773, já em plena época das luzesSebastião José de Carvalho e Meloprimeiro-ministro de D. José I, promulga uma lei que extinguia as diferenças entre cristãos-velhos e cristãos-novos, tornando inválidos todos os anteriores decretos e leis que discriminavam os cristão-novos.
Foram queimadas as listas de cristãos-novos no Reino, foi abolida a limpeza de sangue e passou a ser proibido usar a palavra cristão-novo, quer por escrito, quer oralmente. As penas para que usasse a expressão eram pesadas. Algumas fontes referem que Sebastião José de Carvalho e Melo tomou estas medidas a favor dos cristãos-novos devido ao facto de estes, sendo na sua grande maioria comerciantes, darem um grande contributo económico a Portugal. A partir daí, os cristãos-novos passaram a poder exercer todos os cargos e empregos públicos, a par do domínio da burguesia, eliminando-se as estruturas do Antigo Regime. Em 1779, no reinado de D. Maria I, o Papa Pio VI concedeu autorização aos cristãos-novos para desempenharem cargos eclesiásticos, tendo ainda lhes sido concedida autorização para aderir às ordens militares. A Inquisição transformou-se em tribunal de Estado, acabando com a perseguição daquela instituição clerical contra os cristãos-novos.
Os cristãos-novos acabaram por ser absorvido pela sociedade católica portuguesa, exceto em pequenos grupos cripto-judaicos, como os judeus de Belmonte.

[editar]Cristãos-novos notáveis

Samuel Usque (que escreveu a famosa Consolação às Tribulações de Israel) e a Bíblia de Ferrara, dedicada a Dona Gracia, natural de Lisboa, mecenas e protetora dos judeus da Diásporadepois do Decreto de AlhambraPedro Nunes (matemático), Abraão Usque (editor e tradutor), Garcia de Orta (médico e naturalista), António José da Silva (dramaturgo), Ribeiro Sanches(médico) e Rodrigues Lobo (poeta) são alguns dos cristãos-novos portugueses com dimensão histórica e cultural nas áreas do pensamento, técnica, artes e letras. Muitos foram perseguidos por isso: Matias Pereira e Pedro Nunes Pereira, netos de Pedro Nunes, foram acusados de judaísmo e presos pela Inquisição em 1623; António José da Silva foi garrotado antes de ser queimado num auto-de-fé em Lisboa em Outubro de 1739; após a morte de Garcia de Orta, a sua irmã Catarina foi condenada por judaísmo e queimada viva num auto-de-fé em Goa em 1569. Esta perseguição culminou em 1580 com a exumação da Sé de Goa dos restos mortais do próprio médico, tendo as suas ossadas sido queimadas numa macabra cerimónia da Inquisição.